Alexandre de Moraes muda entendimento e valida majorações do IOF

Após suspender os Decretos do Executivo nº 12.466 e nº 12.499, ambos de 2025, que majoravam as alíquotas do IOF, e o Decreto do Legislativo nº 176/2025, que sustava os efeitos dos atos normativos do Executivo, o Ministro Alexandre de Moraes mudou seu entendimento e proferiu nova decisão cautelar, nos autos da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 96 e nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 7827 e 7839

Em nova decisão, proferida em 16 de julho de 2025, Alexandre de Moraes validou as majorações do IOF sobre câmbio, crédito, seguros e títulos incluídas pelo Decreto do Governo Federal nº 12.499/2025, por entender que não houve indícios de desvio de finalidade constitucional. Segundo o Ministro, por se tratar de imposto extrafiscal, as majorações estão em conformidade com o texto constitucional.

A única exceção foi em relação às operações de risco sacado. Moraes entendeu que a equiparação a uma operação de crédito viola os princípios da legalidade tributária e da segurança jurídica, uma vez que não se trata de uma operação típica de crédito, mas tão somente uma antecipação de direitos de crédito (recebíveis).

A decisão de Moraes tem efeito imediato e retroativo, de modo que as majorações são válidas desde 11 de junho de 2025, data da publicação do decreto.

De todo modo, ainda cabe ao Plenário do STF validar a cautelar, não havendo, até o momento, definição de pauta para o julgamento.

Sobre o tema, a RFB emitiu Nota Técnica informando que não haverá cobrança retroativa de IOF em relação às instituições financeiras e demais responsáveis tributários que deixaram de aplicar as alíquotas do Decreto nº 12.499/2025. Por outro lado, o posicionamento não abrange os contribuintes finais (mutuários, contratantes de câmbio, investidores etc.). A definição quanto à eventual cobrança dos contribuintes será feita em momento posterior.

O Briganti Advogados continuará monitorando o tema e, havendo novidades, informará seus clientes, colocando-se à disposição para esclarecer eventuais dúvidas.

Publicações relacionadas

Entenda a importância do compliance na regularização de empresas estrangeiras no Brasil

A tropicalização do compliance é um passo essencial para empresas estrangeiras que desejam expandir seus negócios no Brasil com segurança jurídica e em conformidade com as normas locais. Neste vídeo, a advogada Juliana Raffo explica de forma detalhada como a adaptação das práticas globais de compliance às particularidades do mercado brasileiro é essencial. Ao considerar os aspectos legais, culturais e econômicos locais, as empresas não apenas minimizam riscos, mas também fortalecem sua reputação e asseguram uma operação mais ética, sustentável e alinhada com o ambiente…

Gustavo Degelo participou do encontro Reforma Tributária no Consumo: Mudanças no Crédito Tributário promovido pela Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil

No último dia 28, nosso sócio Gustavo Degelo participou de um encontro promovido pela Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil para debater os impactos da Reforma Tributária sob diferentes perspectivas. O evento contou com a presença do Secretário Extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, Javier Gallardo, Conselheiro Financeiro da Embaixada da Espanha e especialistas que trouxeram reflexões relevantes sobre temas como crédito tributário, tributação no destino, Split Payment e os desafios na implementação das novas obrigações acessórias. Gustavo Degelo integrou o painel que tratou…

O que empresas espanholas precisam saber para atuar no Brasil?

Juliana Raffo, advogada do Desk Espanha do Briganti Advogados, participou do podcast Panorama Câmara, da Câmara Espanhola, com orientações valiosas para empresas espanholas interessadas em entrar no mercado brasileiro. Na última pergunta dessa conversa, ela destacou três pontos fundamentais para quem deseja investir no país: • A importância de mapear o ambiente regulatório do setor de atuação no Brasil; • A necessidade de um bom planejamento fiscal diante da complexidade do sistema tributário brasileiro, e as expectativas de melhorias no fluxo de negócios em razão…