As recentes alterações no eSocial e seus impactos nos processos trabalhistas

O eSocial é um sistema que tem como objetivo integrar as obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias por um único sistema. A adesão ao eSocial é obrigatória para todas as empresas que possuam funcionários regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A partir da segunda-feira, 16, as empresas deverão incluir no eSocial os processos trabalhistas, o que significa que todos os dados relacionados à folha de pagamento, benefícios de funcionários e contribuições sociais serão enviados pela internet. Isso simplificará o fluxo de informações entre as empresas e os órgãos governamentais, agilizando o processo administrativo.

Para se adequar às novas regras, a empresa deve:

  • Incluir o código S-2500 nos processos trabalhistas;
  • Verificar se os funcionários estão cadastrados no eSocial;
  • Adequar os sistemas para o envio das informações ao eSocial.

A partir da confirmação das informações prestadas pelo e-social a respeito de contribuições previdenciárias, de terceiros e Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) devidas em virtude de decisões da Justiça do Trabalho, a responsabilidade de realizar a transmissão dos créditos tributários apurados para o Portal da DCTFWeb, no âmbito da Receita Federal, será exigida.

Este evento provocará a mudança da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (SEFIP/GFIP) e da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF), por meio da implementação da DCTFWeb criada pelo e-social.

Desse modo, o e-social precisa ser atualizado com dados relativos a processos trabalhistas, tais como:

  • Processos trabalhistas, cuja decisões transitaram em julgado a partir de 01/01/2023;
  • Acordos judiciais homologados após 01/01/2023;
  • Processos cuja decisão homologatória dos cálculos de liquidação foi proferida depois de 01/01/2023, mesmo que seu trânsito em julgado tenha ocorrido anteriormente;
  • Acordos no âmbito da Comissão de Conciliação Prévia (CCP) ou Núcleo Intersindical de Conciliações (Ninter) celebrados após 01/01/2023;
  • Processos trabalhistas, já transitado em julgado e cálculos homologados antes de 01/01/2023 e que tenham confissão de dívida de contribuição previdenciária que serão reportadas a partir de 01/01/2023.

Durante a etapa de ajustes do eSocial, é necessário ter muita precaução ao preencher as informações, pois com a verificação cruzada das informações, as fiscalizações poderão ser facilitadas, o que pode levar à imposição de penalidades ou multas pela desconsideração das regras.

Dessa forma, torna-se imprescindível que os departamentos de Recursos Humanos estudem os dados e adotem medidas com o propósito de diminuir os riscos e problemas trabalhistas.

Publicações relacionadas

Cenário setorial/infraestrutura: arcabouço pode destravar investimentos

Em matéria para o canal Broadcast, Juliana Raffo, coordenadora da área cível e contratos, comenta sobre como a aprovação do arcabouço fiscal tende a abrir espaço para investimentos privados na área de infraestrutura decorrentes do Novo PAC. Juliana destaca que, embora o Novo PAC preveja investimento total de R$ 1,7 trilhão até 2030, o montante a ser aportado pelo governo não é suficiente, ainda mais se tratando da área de infraestrutura em que o Brasil é carente, inclusive em infraestrutura de saneamento básico. “A tendência…

RE 574.706 – Exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS segue sem desfecho

Mais um capítulo na novela do RE 574.706 Marcado para o próximo dia 1º de abril, o julgamento dos Embargos de Declaração opostos pela Fazenda Nacional, ao qual somadas outras manifestações, dentre elas, da Procuradoria Geral da República, foi mais uma vez excluído da pauta de julgamento pelo Min Dias Tofolli. Sendo assim, permanecemos sem definição sobre o pedido de modulação dos efeitos da decisão, principalmente em relação a qual ICMS deve ser excluído da base de cálculo do PIS/COFINS, se a exclusão deverá ser…

Entenda as controvérsias da Instrução Normativa do PIX e a possível tributação de transações financeiras

A advogada Bruna Maria Fagundes de Souza, tributarista do Briganti Advogados, foi destaque em matéria do Estadão, na qual analisou a possibilidade de taxação do Pix e os desafios jurídicos para a criação de um imposto sobre movimentações financeiras. Bruna explicou que, atualmente, a Constituição Federal não prevê a cobrança de tributos sobre transações financeiras, o que significa que a única forma de instituí-los seria por meio de uma Emenda Constitucional. A advogada ressaltou que esse processo exige aprovação qualificada no Congresso Nacional, tornando a…